Buchecha, Jojo Todynho e DJ Marlboro participam do enterro de Mr. Catra no Rio

Publicado em 11/09/2018 19:11
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A última despedida ao músico Mr. Catra contou com muita emoção e a presença de diversas personalidades. O enterro do funkeiro, que morreu no último domingo (9) em decorrência de um câncer gástrico, aconteceu ao som de funk nesta terça-feira (11).

Segundo informações do jornal Extra, cerca de 500 pessoas se reuniram no Cemitério Jardim da Saudade no Rio de Janeiro para se despedir de Mr. Catra. A cerimônia contou com momentos de espiritualidade, já que Catra era judeu convertido e simpatizante da religião evangélica. Um pastor recordou no evento que o funkeiro contribuiu para a construção de uma igreja na Zona Oeste do Rio.

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O DJ Marlboro, responsável por catapultar a carreira de Mr. Catra, comentou sua relação com o amigo. “Na época, era Dr. Rocha e Mr. Catra. A primeira música que lançamos dele foi em 1995. Ele tinha uma personalidade ímpar. Ele assumia e era o que era. Tinha uma liberdade de ser o que queria ser. Isso era admirável. Ele se foi novo. Tinha muito para contribuir com o funk. Ele tinha um discurso de empoderamento, da forma dele, de como ele acreditava. As pessoas viam o Catra brincalhão, mas ele tinha algo de família, de generosidade, muito grande. Ele era autêntico, verdadeiro e generoso”, comentou.

O cantor Doca, da dupla Cidinho e Doca, destacou a importância de Catra para o funk carioca. “Ele é o pai do funk. Ele não chegou na primeira geração nossa, mas mudou a história do estilo musical. Nos conhecemos no Morro do Borel. Na época, ele estava com os hip hops dele e tal, e firmamos um elo de irmandade. Num dos primeiros shows, fomos nós que o puxamos para cima do palco. Ele cantou o “Rap da Felicidade”. Ele falava do quanto o movimento funk precisava se unir porque a gente apanhava muito”, declarou o cantor.

Outra personalidade que aproveitou para se despedir do músico foi a cantora Jojo Todynho. “Estivemos juntos na gravação do vídeo da música “Fã do Rabetão” uns meses atrás. Ele era uma pessoa maravilhosa. Quando o vi, ele estava se tratando. Quando fiquei doente, com febre, ele me ligou preocupado porque não fui para São Paulo. Ele dizia: ‘Filha, fica bem. Qualquer coisa, Paizão está aí’. Ele sempre acreditou que ia ficar bem. Mas ele encontrou a glória”, lamentou.

Já o criador da gravadora Furacão 2000, Rômulo Costa, se recordou que Catra foi uma  referência para outros artistas. “Ele vai deixar um legado e uma saudade muito grandes. Havia uma geração que se inspirava nele. Era nosso intelectual do funk. Em todas as brigas e em todas as guerras, se a discussão era o funk, ele estava lá para defender. Viveu intensamente os 49 anos de vida. Tem 30 filhos, dois adotados. Ele participou do DVD da Furacão 2000 e vai deixar uma lembrança muito grande”.

O funkeiro Buchecha se emocionou ao falar do falecido amigo. “Conheço como Mr Catra, da época do Dr. Rock, tocando guitarra. Mesmo com aquela aparência mais fechada, o Catra sempre foi um cara dócil entre a gente. As pessoas sempre respeitaram muito sua história dele. Ela era controversa porque ele era cem por cento favela. Foi uma escolha dele querer estar no meio da comunidade, das pessoas dali. Um cara culto, inteligente. Toda vez que ele abria a boca nas entrevistas dava para perceber que ele era de opiniões. Hoje é um momento de despedida. É complicado falar. Realmente fica uma lacuna”.

Marcelo D2, família e amigos se despedem de Mr. Catra em funeral do cantor

Após ser velado na cidade de São Paulo, amigos, parentes, fãs e colegas se despediram do cantor Mr. Catra no Rio. O corpo do cantor chegou por volta das 21h30 e foi velado numa cerimônia aberta ao público no Teatro João Caetano, no Centro da capital carioca.

O evento contou com 250 pessoas que compareceram nas primeiras horas do velório e que foi marcado pela emoção da família. As três mulheres do músico e boa parte dos 32 filhos do cantor se dividiram em momentos de orações e cantos religiosos durante a cerimônia

O filho mais velho do funkeiro, Alan Domingues, de 27 anos, mais conhecido como MC Alandin, comentou sua relação com o pai famoso. “Luto eterno. Uma pessoa maravilhosa, sempre foi de ajudar, companheiro, paizão, melhor amigo. Não estou acreditando. Não caiu a ficha, ainda. Ele descobriu a doença em maio, seguiu lutando, lutando, fazia um show ou outro, voltava para o hospital… No sábado, saí de casa 10h da manhã, ele estava bem, respirando, equipamentos funcionando direitinho. Quando fui almoçar, minha madrinha mandou um [emoji de] coração partido”, disse emocionado.

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“Assim como ele foi na Terra, agora ele está na glória de Deus. A família e quem estava do lado dele sabe que ele aceitou Jesus. Deus venceu, o satanás perdeu. Ele foi levado pelos anjos do senhor”, afirmou a filha do cantor Tâmara, que revelou o lado religioso de Mr. Catra. “Ele se converteu ao Evangelho antes de morrer”.

Companheira do músico há 20 anos, Silvia Regina Alves revelou que Catra acreditava na sua recuperação. “Ele tinha fé em Deus e acreditava na sua recuperação. Wagner [nome de batismo de Catra] foi corajoso e lutou como um leão, mas infelizmente não conseguiu. Agora ficou um enorme vazio”

Muito emocionada, a cantora Valesca Popozuda se desculpou e preferiu não falar sobre o funkeiro. Já o rapper Marcelo D2 explicou sobre sua amizade com Mr. Catra que durou 27 anos.

“Nascemos no dia 5 de novembro e comemoramos várias vezes juntos. Ele era um dos amigos que a música me deu. Um cara super do bem, alegre, de sorriso contagiante e muito respeitado no meio. Cresceu no funk, no rap, mas o pessoal do samba, do sertanejo, da MPB gostava dele. Vou sentir muita falta.”

Depois da cerimônia, por volta da meia-noite, teve início o Baile do Negão, organizado pela família de Catra e que contou apenas com músicas do funkeiro. O cantor será sepultado às 10h desta terça-feira (dia 11) no Cemitério Jardim da Saudade-Sulacap, na Zona Oeste do Rio. Wagner Domingues Costa faleceu aos 49 anos às 15h20 deste domingo (dia 9) vítima de falência múltipla de órgãos em decorrência de um câncer no estômago.

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